Los que me conocen saben de mi
predilección y gusto por la poesía portuguesa. Sin embargo, no he dedicado
muchas entradas a poetas portugueses. Ya vendrán en este verano. En esta
ocasión os traigo a Nuno Júdice, gran poeta lusitano que mereció el Premio Reina
Sofía en el 2013. Hay unos versos, cinco cuartetos, que me vuelven loco y que los canta Carlos do Carmo, o mestre, y Maria João Pires lo acompaña
al piano. Os lo dejo en portugués porque ni puedo ni debo traducirlo:
Não quero
a cor verelha de um sol pôr
no dia a
nascer, rosa que floresce.
Quero
a cor da manhã, com seu fulgor,
a
sombra que vem cando a tarde cresce.
Não
te quero dizer tudo o que digo
num
siléncio, num olhar, num segredo.
O
pensó é teu quando estou contigo,
podes
levá-lo, lembra-lo sem medo.
E
nesta noite em que não sei de ti,
nesse
camino en que andas perdida,
fica
a saber que nunca te esquenci,
para
onde foste foi a minha vida.
Beco
oscuro, sem nimguém ao fundo.
Praça
deserta que o vento invade.
Somos
nós na solidão deste mundo,
no
amor que nos prende à liberdade.
E
ao chegares de longa viagem,
ombros
nus, cabelo despenteado,
voltarei
a ter na tua imagen
a
mais bela mulher na voz de um fado.
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