Creía que
ya lo había leído todo (es un decir) en poesía portuguesa actual cuando me
aparece Maria do Rosàrio Pedreira y me funde los esquemas. Su poesía es tan
portuguesa que me sabe la boca a fado cuando la leo, que me tomo una ginginha no Rossio y que me subo en el
tranvía ao barrio alto mientras veo el
castillo de San Jorge, fiel guardián de la ciudad que tanto quiero. Maria
Rosário Pedreira es una maravilla en forma de poemas que llenan de emoción; es
poesía de muchas atmósferas, es poesía que merece tal nombre. Os dejo con el
emocionante poema que se titula Devagar.
Nada entre
nós tem o nome da pressa.
Conhecemo-nos assim, devagar, o cuidado
traçou os seus próprios labirintos. Sobre a pele
é sempre a primeira vez que os gestos acontecem. Porém,
Conhecemo-nos assim, devagar, o cuidado
traçou os seus próprios labirintos. Sobre a pele
é sempre a primeira vez que os gestos acontecem. Porém,
se se abrir
uma porta para o verão, vemos as mesmas coisas –
o que fica para além da planície e da falésia; a ilha,
um rebanho, um barco à espera de partir, uma palavra
que nunca escreveremos. Entre nós
o que fica para além da planície e da falésia; a ilha,
um rebanho, um barco à espera de partir, uma palavra
que nunca escreveremos. Entre nós
o tempo
desenha-se assim, devagar.
Daríamos sempre pelo mais pequeno engano.
Daríamos sempre pelo mais pequeno engano.
Maria
do Rosário Pedreira
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